sexta-feira, 16 de julho de 2010

Antônio Pereira Ignácio

Antônio Pereira Ignácio, patrono da Biblioteca Pública Municipal, completaria 126anos no último dia 29.


É comum um novo usuário entrar na Biblioteca e, ao se deparar com uma foto na entrada, pergunta: “Quem é este na foto?” De imediato o funcionário responde se tratar do avô do Dr. Antônio Ermírio de Moraes: Antônio Pereira Ignácio, o patrono do local.

Antônio Pereira Ignácio nasceu em 29 de março de 1874, na aldeia baltar, em Portugal. Emigrou ao Brasil ainda criança. Filho de família pobre e sem nenhum oficio, Pereira Ignácio iniciou-se profissionalmente como sapateiro em Sorocaba. Trabalhava arduamente e estudava na escola do professor Carlos Bohn. Além da preocupação do trabalho e dos estudos, ele tinha como meta de vida economizar o que ganhava para investimentos futuros.

Quando moço, montou uma sapataria em São Manuel. Depois foi para Botucatu, onde abriu um armazém de secos e molhados. Lá, casou-se com dona Lucinda Rodrigues Viana. Pereira Ignácio mudava de cidade sempre que sua visão empreendedora ampliava.

Em Itapetininga nasceram os dois primeiros filhos do casal: João e Paulo. Em Boituva, nasceu sua única filha: Helena - a mãe do Dr. Antônio Ermírio de Moraes. Nesta cidade, Pereira Ignácio montou sua primeira indústria, a de descaroçador de algodão e uma serraria. Esta fábrica é considerada a pedra fundamental do majestoso império da família.

De volta para Sorocaba, Pereira Ignácio associou-se ao comendador João Reinaldo de Faria e montou a fábrica de refinaria de óleo de algodão – a Fábrica Santa Helena, a pioneira do ramo no Brasil. Devido a problemas, interrompeu-se a produção de óleo. Por suas estratégias sempre seguras, Pereira Ignácio viaja aos Estados Unidos e emprega-se como operário na fábrica Wilson North Carolina. Logo ele chega a chefia de uma das seções do complexo fabril, graças a sua tenacidade, inteligência e extraordinária vontade de trabalhar e aprender.

Não assumiu o cargo, pois sua intenção era regressar ao Brasil e implantar as experiências adquiridas, pois havia muita carência na área aqui. No período em que esteve nos EUA, Pereira Ignácio economizou seu salário e, ao se despedir da fabrica devolveu-o para que o dinheiro fosse distribuído aos mais necessitados dentre seus companheiros de trabalho. Ninguém lá imaginou que Pereira Ignácio era um industrial brasileiro e que estivera nos EUA apenas para aprender novas técnicas.

No Brasil, acontece a falência do Banco União, proprietário da Indústria Votorantim, e Pereira Ignácio e outros sócios a adquirem. A indústria prospera e Pereira Ignácio torna-se seu único proprietário. Com o tempo, novas indústrias são criadas, transformando-se num conglomerado industrial, denominado Grupo Votorantim.

Pereira Ignácio foi um homem sábio e bom empreendedor. Faleceu em 14 de fevereiro de 1951, aos 77 anos em São Paulo. Esse grande homem é o patrono da Biblioteca Pública de Alumínio, a quem orgulhosamente prestamos nossa homenagem.

Departamento Municipal de Educação e Cultura
Colaboração: Virgínia Martins Coelho (bibliotecária)

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