sexta-feira, 16 de julho de 2010

Caieiras, Serraria de Mármore e Fábrica de Cimento “Rodovalho”

Por ocasião do início e fundação da companhia sorocabana de estrada de ferro os seus primeiros estudos, foram por Luiz Matheus Maylasky, designados a dois engenheiros encarregados das explorações preliminares: o Dr. Clemente de Novelleto Sptzler, de São Paulo a São Roque, e o Dr. Eusébio Stewaux, de São Roque a Sorocaba.

Durante as explorações, o engenheiro Eusébio Stewaux descobriu que, nas proximidades do município de São Roque, havia pedra cálcarea, de pavimentação, pedra para o fabrico de cimento e jazidas de mármore branco, e demais cores.

Com efeito, ao examinar os acidentes do solo verificou o Dr. Stewaux, as qualidades do terreno do Pantojo, sítio que pertencia ao Sr. Manoel Pereira de Moraes.

O Dr. Stewaux entabolou negociação e comprou o ´sitio pos 18 contos de réis. O ex-proprietário, “Nho Nico Pereira”, como era conhecido, mudou-se para Itapetininga com seus parentes, e lá se tornou por sua vez tronco de larga progênie que ocupou e ainda ocupa posição de relevo naquela cidade e adjacências.

Adquirido o Sítio de Pantojo, o Dr. Stewaux estabeleceu nele belíssima fazenda e tratou logo de explorar os grandes recursos minerais que o fértil solo da fazenda possuía. Inesgotáveis pedreiras de cal e de jazidas de belíssimos mármores. Montou fornos para o fabrico de cal hidráulico, extraia mármore branco para confecção de túmulos e até para adornar o chafariz público que existiu no Centro do Largo da Matriz de São Roque. Construiu uma linha férrea interna de 12 quilômetros e desenvolveu de tal modo a sua propriedade que , segundo era corrente, chegou a enjeitar por ela, o preço de mil contos de réis que lhe oferecera o conselheiro Francisco de Paula Mayrink.

O Dr. Eusébio Stewaux, além de renome que trouxe o seu estabelecimento calcário prestando ao município de São Roque relevantes serviços, segundo diz em seu livro “São Roque de Outrora”, o prof° Joaquim Silveira Santos, publicado no volume XXXVII, pág. 360, na “Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo”, 1939.

O Cel. Antonio Proost Rodovalho, filho do Capitão Antonio Joaquim Tavares Rodovalho e da Dona Henriqueta Proost Rodovalho, nasceu em São Paulo no dia 27 de Janeiro de 1838.

Na idade adulta, o Cel. Antonio Proost Rodovalho foi grande comerciante em empreendedor progressista, pois foi Diretor e um dos fundadores do Banco Comercial de São Paulo. Foi o presidente e instalador da Caixa Econômica, e também do Monte de Socorro.

Foi acionista da Companhia Ituana, em 1886, fundador e proprietário da Fazenda Caieiras. O Cel. Rodovalho foi o homem que movia tudo isso, pois, era dono de uma grande atividade tino em seus negócios. E, a esses homens de raciocínio, como foi o Cel. Rodovalho, é preciso que rendamos homenagens, pois eles, em vez de se concentrarem dentro da riqueza adquirida e do capital acumulado jogam um e outro, dependendo da sorte das grandes empresas, desenvolvendo as industrias, fecundando o trabalho, incrementando a riqueza nacional e espargindo em torno de si, a felicidade e o júbilo que se completa nos rostos másculos e viris de milhares de operários. Há, incontestavelmente muito patriotismo e muito mérito e louvor e admirar em homens semelhantes ao referir-se ao Cel. Antonio Proost Rodovalho.

Em 1887, o Cel. Antonio Proost Rodovalho funda em São Paulo, no bairro de Vila Mariana a 1ª fábrica de fósforo e em Caieiras a 1ª fabrica de papel. Por essas iniciativas, o Cel. Rodovalho recebeu prêmio do Governo, pelos primeiros produtos que São Paulo conhecia, naquela época.

Segundo a revista “Brasil – Indústria de Cimento”,de Setembro de 1959, constata em suas páginas: “ deve-se ao Cel. Antonio Proost Rodovalho, a 1ª iniciativa em 1888, para a fabricação de aglomerantes hidráulicos. Foram suas as primeiras providencias para a instalação de uma fábrica na Fazenda Santo Antonio, hoje Estação de Rodovalho, na Estrada de Ferro Sorocabana”.

Dados fornecidos pelo Sr. José Pistelli que atualmente com 96 anos de idade, tem sua memória lúcida, e, reside com sua distinta família em uma confortável moradia; sita à rua Ana Augusta, bairro Santa Terezinha: - o terreno em que foi edificado o prédio, abrangia cerca de 336 alqueires e era conhecido com o nome de Fazenda Santo Antonio. Em 1892, o Sr. José Pistelli chegou da Itália com seu pai, Sr. Luiz Pistelli, veio residir no município de São Roque, nesse ano em que já estava sendo acabada a construção do edifício da fabrica de cimento “Rodovlho”, de propriedade do Cel. Antonio Proost Rodovalho. Esse edifício, foi construído pelo engenheiro Francisco Batista Aguiar. A elegante chaminé em estilo oitavado foi erguido pelos pedreiros, irmãos Elias Matiello e as demais dependências e galpões do esbelto edifício, os Luiz o José Pistelli e outros pedreiros e serventes, cujos nomes o Sr. José Pistelli, não mais recorda. Quando chegaram as maquinarias. O Sr. Luiz Pistelli e seu filho José, ficaram trabalhando na montagem das diversas máquinas da fábrica de cimento.

Estando terminada a montagem das máquinas, caldeiras e fornos, a fábrica começou logo a produzir cimento. Esse cimento, era acondicionado em barricas, iguais às barricas de Cimento Portland, importado de Hamburgo, Inglaterra.

O Sr. José Pistelli trabalhou nessas fábricas até 1910. durante 18 anos, isto é, de 1892 a 1910, como mecânico. Depois, passou para a Fábrica Votorantim.

O prédio da estação “Rodovalho”, foi construído pelo pedreiro José Cabriotti e foi aberta ao tráfego essa estação, no dia 10 de julho de 1895. era chefe desta estação, o Sr. Avelino Rocha, o qual esteve ali por muito anos.

O Sr. Luiz Boggiani de 1900 a 1914, era o fabricante de cimento dessa industria cujo produto era acondicionado em barricas forradas com papel imperecível. Na tampa da barrica era colado um emblema onde estavam estampados um peixe e os dizeres: “Cimento Rodovalho”. A firma girava com o noem: Armando Rose Rodovalho & Cia, nessa ocasião.

Em 1921, a fábrica fechou e Antonio Pereira Ignácio comprou o edifício com os seus pertences e os terrenos. Continuou a fabricar cimento, cuja produção abasteceu os nossos mercados durante a guerras européia e como a industria do cimento dava bons resultados, então Pereira Ignácio, resolveu em 1935 construir uma grande fábrica desse produto no bairro Santa Helena, fixando o nome de “Cimento Votoran” e que foi inaugurado no ano de 1936.

Em “Rodovalho”, depois que começou a funcionar a fabrica “Votoran” ficou somente as pequenas indústrias, tais como cal hidráulico, olarias, extração de pedras, exploração de lenha, para acudir às imperiosas necessidades das empresas, tem exercido o carinhho da administração Antonio Pereira Ignácio.

Em 25 de setembro de 1946, a estação “Rodovalho” passou a chamar-se “Alumínio”, devido a Sociedade Anônima Fabrica Votorantim ter ali fundado uma grande fabrica de Alumínio. Em fevereiro de 1952, essa estação ferroviária passou a denominar-se “Pereira Ignácio” porém, poucos meses depois, voltou a atual denominação “Alumínio”. Esse nome originou-se do produto que ali é fabricado desde o ano em que essa usina iniciou suas atividades e a firma passou a denominar-se “Companhia Brasileira de Alumínio”

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