sexta-feira, 16 de julho de 2010

DESASTRE EM RODOVALHO

Rogich Vieira

1907 – o Cruzeiro do Sul de 29 seguintes noticiava um acidente na Fábrica de Cimento de Rodovalho, quando um operário estourou uma dinamite e ficou todo queimado.
Em Rodovalho, existiu uma fábrica de cimento, que, segundo um dos prefeitos de Formigas, Minas Gerais, que era historiador, e nos consultou por carta a respeito a alguns anos atrás, foi a primeira que se montou no Brasil.

Então, o cimento era vendido em barricas, e este, exibia o nome de Cimento Brasil, como encontramos propaganda do mesmo, e também numa doação feita para as obras da Maternidade da Santa Casa local.

Mais tarde, o nosso avô, José Rogich, foi o gerente dessa fábrica e mamãe sempre nos contava episódios dos tempos em que ele morava em Rodovalho, antes do seu casamento em 1925.

Também, quando em criança, viajávamos para São Paulo com nossos pais, mamãe sempre nos mostrava o casarão de Rodovalho, onde morara que era visível da estrada de ferro.
Vimos também uma revista, não nos lembramos qual, pois que estão ainda não nos interessávamos por história, na qual veio a reportagem sobre esta fábrica, com ilustrações de suas dependências, escritórios, etc.

Eis a notícia fatídica do dia 29 seguinte:

“DESASTRE – Anteontem, em Rodovalho, o operário da Fábrica de Cimento dali, de nome domingos Fazolari, na ocasião que preparava uma bomba de dinamite para o serviço de broqueamento de pedras, aconteceu deixa-la explodir, antes do tempo necessário para se afastar, resultando ficar oinditoso operário com o rosto todo queimado, inclusive os olhos, dos quais ficou completamente vasado, notando-se ainda algumas contusões noutras partes do corpo.
Domingos Fazolari foi transportado para esta cidade, dando entrada na Santa Casa de Misericórdia, onde lhe tem ministrado os necessários curativos o distinto clínico Sr. Dr. Artur Martins da Costa Passos”.


Observação:

O Casarão que o Sr. Rogich se refere é o prédio que foi alojamento de operários, central telefônica nos anos 50 e 60, e depois escola do Senai, Liceu e mais tarde demolido para dar lugar onde é hoje a Rodoviária da C.B.A.
O prédio era de dois andares, com paredes de pedra, areia e barro com mais ou menos 0,60 cm de largura com palmeiras plantadas ao redor.
O Sr. Rogich autorizou verbalmente a publicação de matérias de sua autoria publicadas no Cruzeiro do Sul.

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